Aconteceu mesmo? E quem eram as distribuidoras?
Passemos a uma parte... interessante do arquivo de ToonTown. Para isso, vamos ter que ir ao Arquivo Manhoso dos Irmãos Metralha, onde iremos encontrar cassetes bootleg.
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Um exemplo de cassetes bootleg vendidas nos EUA |
O que são cassetes bootleg? Neste caso, são cassetes vendidas sem a permissão dos produtores originais. No caso das que vão ser mencionadas aqui, estas cassetes são permitidas no ponto de vista legal, visto que os direitos de autor das curtas metragens não foram renovados, tendo então caído em domínio público.
Graças à coleção pessoal do colecionador Afonso Gageiro e ao youtuber O Tal Antiquado, temos conhecimento do conteúdo de muitas dessas cassetes que eram distribuídas em Portugal.
Antes de passarmos às curtas, se calhar não seria má ideia falar nas distribuidoras. Há dois nomes que se destacam: Trisan e Visa Video.
Trisan
A Trisan também foi responsável por lançar algumas séries mais decentes (como Dennis, o Pimentinha) e por... lançar pornografia, tendo mesmo colaborado com a Hotgold?! Não estou a mentir, é mesmo verdade. Só estou tão chocado como muitos de vocês provavelmente estão.
Por norma, a Trisan costumava encomendar as suas dobragens dos desenhos animados à Gravisom, à PSB ou à Dialectus.
Visa Video
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Logotipo digitalizado por Abernecio (WikiDobragens) |
O que torna esta distribuidora mais interessante no que toca a cassetes bootleg, é que a Visa Video aparenta ter usado cassetes da distribuidora The Video Bancorp, conhecida pela infame cassete do Popeye que possuía pornografia a meio da fita. Sabe-se que terão usado fitas da The Video Bancorp porque foram descobertas imagens que fazer referência à distribuidora norte-americana, os famosos Math Refreshers e a mensagem de agradecimento pela escolha da cassete (na foto em baixo).
E tal como a cassete do Popeye da The Video Bancorp, uma das cassetes da Visa Video também incluía áudio de um filme pornográfico quando aparece a mensagem de que a cassete está protegida por copyright (o que é irónico, visto que se trata de curtas em domínio público).
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Imagem obtida por LusitaniaTV |
Esta publicação já está a ser um pouco longa, por isso acho melhor criar uma 2ª parte para esta saga sobre o mercado negro da animação em Portugal que existiu nos anos 90 (e até um pouco na década de 2000).
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